sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vamos dizer basta!

Já chega!

Mas que espécie de Estado é este? Já não dá para perceber se isto é só ignorância ou se estas pessoas que deixamos governar o País estão efectivamente a tentar sabotá-lo.

Que espécie de decisão é esta?























Legenda - Eixos de SCUT que passam a pagar portagem a partir de 1 de Julho.

Será que tem que ser sempre o Norte e o Centro a pagar a factura do desleixo orçamental do Estado?

O roubo de fundos estruturais que a administração central fez (e continuará, com certeza, impunemente, a fazer, se continuarmos calados) a estas regiões e ao País em geral era sempre explicado pelo que se costuma chamar de Efeito Spillover. Trata-se de um modelo em que a beneficiação de uma região dominante trará benefícios decorrentes a toda a envolvente. O conceito dificilmente será aplicável a projectos como o do site da PSP Lisboa, mas enfim.

O que interessa mesmo é que este efeito não se dá só em relação a efeitos positivos. Numa economia fortemente dependente como a nossa, a má gestão de uma região afectará todo o País.  É por isto que não consigo ver esta medida como mais uma medida centralista do Governo. Esta decisão não beneficia ninguém, Lisboa incluída. É simplesmente uma decisão desastrosa, que vai contra tudo o que se pretende do desenvolvimento da Área Metropolitana do Porto.

Se a CREL da AMP (A41) foi idealizada como uma forma de desviar o tráfego pesado de atravessamento do núcleo da área metropolitana, taxá-la só trará a machadada final a um projecto que já se percebeu estar muito longe da meta pretendida. A medida mais inteligente seria taxar, por exemplo, o tráfego pesado na CRIL (VCI). Outro efeito péssimo da decisão será desviar uma boa parte do tráfego para o frágil eixo do IP4.

Se formos a analisar o efeito económico da taxação indiscriminada do IC1 (troços das A28/A29/A17), o panorama é igualmente desastroso, já que este é o eixo privilegiado de todos os fluxos de transporte rodoviário de mercadorias com origem nos portos de Vigo, Leixões e Aveiro.

Temos, portanto, um Estado que não incentiva o transporte ferroviário de mercadorias – continuando a insistir cegamente num modelo de altas prestações (vulgo TGV) assente numa das redes ferroviárias mais vergonhosas da Europa – e que, agora, depois de ter esbanjado milhões, durante anos, numa infraestruturação rodoviária sobredimensionada, castra o desenvolvimento empresarial que está completamente dependente destas redes.

É por isto e por muito mais que tenho agora tempo de explanar que já não percebo se este Governo é ingénuo ou se quer mesmo arruinar o País.

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