O PSD entra, assim, num dos seus períodos mais conturbados.
O VIII Congresso, realizado em Fevereiro de 81, marca a substituição de Sá Carneiro por Francisco Pinto Balsemão mas não sem uma forte oposição interna e reuniões conspirativas.
Desgastado pela oposição interna, pelas divergências com Freitas do Amaral e pela situação caótica em que se encontrava o país, Balsemão vai perdendo a sua base de apoio.
O X Congresso, em 83, elegia Mota Pinto.
Com a vitória do PS, nas eleições legislativas, Mota Pinto negoceia com Mário Soares uma coligação de Governo: o ‘Bloco Central.
Mas, já por volta de 85, o ‘Bloco Central’ contava com declarados opositores no seio do partido, como Mota Amaral, Marcelo Rebelo de Sousa, Eurico de Melo e Cavaco Silva.
Os conflitos entre Mota Pinto e o PS tornam-se também de tal forma evidentes que, em Fevereiro, aquele não encontra outra solução para além da demissão.
O XI Congresso, realizado na Figueira da Foz, não conta já com Mota Pinto, que tinha falecido dez dias antes, devido a problemas cardíacos. João Salgueiro aparece como único candidato e Cavaco Silva resolve, à última hora, ir ao Congresso.
Defende apenas duas ideias fortes: acabar com o ‘Bloco Central’ e apoiar a candidatura de Freitas do Amaral a Presidente da República.
Forma uma lista numa noite e apresenta-se como candidato a presidente do partido.
Ganha, surpreendentemente, o congresso e, meses depois, as legislativas com cerca de 29% dos votos.
Apesar de liderar um governo minoritário, Cavaco Silva decide governar sem coligações até que, dezoito meses depois, o PRD apresenta uma moção de censura.
O governo cai e são convocadas novas eleições.
Cavaco Silva, de uma forma inesperada, aumenta a fasquia: empreende uma campanha eleitoral apelando à maioria absoluta como forma de combater a instabilidade política.
E, para grandes riscos, grandes recompensas.
Sem ninguém esperar, o PSD constitui uma maioria parlamentar sem precedentes na história da democracia portuguesa do pós 25 de Abril.
Em Novembro de 1992, o programa do PSD foi revisto no XVI Congresso.
Os principais valores definidos, como o personalismo, a dignidade e direitos da pessoa humana permaneceram, obviamente, os mesmos.
As mudanças operaram-se a um nível mais político e de organização social. Foram retirados dos estatutos as influências socialistas e socializantes, dando prioridade às concepções Liberal-Social.
Em vésperas do XVII Congresso, marcado para Fevereiro de 95, contra todas as expectativas, Cavaco Silva anuncia a decisão de não se recandidatar à liderança do PSD e, logo, a primeiro-ministro nas eleições legislativas de Outubro desse ano.
Santana Lopes acaba por retirar a sua candidatura e Fernando Nogueira acaba por sair vencedor, com apenas mais 33 votos que Durão Barroso, num dos congressos mais quentes da história do partido.
Mas, nesse Outubro, as eleições foram ganhas pelo PS e, sob um clima de conspirações e boatos, Fernando Nogueira convoca o XVIII Congresso, para Março de 96.
Desde logo, anuncia que não será candidato e apenas Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes aparecem para a sucessão. Afirmam apenas apresentar lista se as ideias que defendem fossem as mais votadas do Congresso.
Marcelo arrecada o dobro dos votos e apresenta-se como único candidato à Comissão Política Nacional.
A estratégia de Marcelo passava pela constituição de uma ‘Alternativa Democrática’, constituída pelo PSD e PP, que, em coligação, se apresentariam a todos os actos eleitorais.
Apesar de ter resistido algum tempo, esta estratégia pré-eleitoral desde cedo contou com numerosos e fortes opositores, acabando por ruir numa célebre entrevista televisiva do então líder do Partido Popular, Paulo Portas, a propósito da crise da Universidade Moderna.
Esta entrevista viria a desencadear a demissão de Marcelo Rebelo de Sousa da liderança do PSD.
Em vésperas de eleições europeias e legislativas, a liderança do PSD foi assumida por Durão Barroso num ambiente que cruzava um misto de esperança com desconfiança pela forma como os acontecimentos se tinham desencadeado.
Após as eleições legislativas de 1999, onde o PSD saiu derrotado, foi realizado o congresso de Viseu em 2000 tendo Durão Barroso, Santana Lopes e Marques Mendes disputado a liderança do partido. Durão Barroso acabou por ser reeleito presidente do PSD.
Em 2001, as eleições autárquicas confirmariam o PSD como o partido mais votado atingindo a vitória em 159 Câmaras Municipais, resultados nunca antes alcançados por nenhum partido político em Portugal. Estes resultados levaram à demissão do então primeiro ministro socialista António Guterres, tendo sido convocadas eleições legislativas antecipadas para o ano de 2002 onde o PSD saiu vencedor e levando Durão Barroso à liderança do Governo.
Já depois da vitória nas legislativas, reuniu o XXIV congresso, onde Durão Barroso confirmaria a presidência da Comissão Política Nacional do PSD.
Volvidos dois anos de governação, reuniu, na cidade de Oliveira de Azeméis, o XXV Congresso ordinário do Partido Social Democrata onde se assiste à recondução de Durão Barroso no cargo de presidente do PSD.
Sensivelmente um mês após o congresso, mais concretamente a 29 de Junho de 2005, Durão Barroso anunciou a sua demissão do cargo de Primeiro-Ministro e, consequentemente, de líder do partido para assumir o cargo de Presidente da Comissão Europeia.
É então convocado um Conselho Nacional extraordinário que se realizou a 1 de Julho de 2004 e onde Santana Lopes é eleito presidente do PSD substituindo, desta forma, Durão Barroso na liderança do partido.
Depois da demissão de Durão Barroso do cargo de Primeiro-Ministro de Portugal a 6 de Julho de 2004, e com o intuito de pôr um ponto final na crise que se instalou no país, o Presidente da República Jorge Sampaio convidou Santana Lopes a formar novo governo, indigitando-o a 12 de Julho como Primeiro-Ministro e dando-lhe posse a 17 de Julho de 2004.
Assim, e com o intuito de reforçar e legitimar a sua liderança, Santana Lopes convocou o XXVI Congresso do PSD que, reunido em Barcelos, reitera por larga maioria a confiança em Santana Lopes reconduzindo-o no cargo de presidente do PSD.
Contudo, e após alguma convulsão no seio do governo, Jorge Sampaio anuncia a 30 de Novembro de 2004 a convocação de eleições antecipadas devido ao que entendeu ser a instabilidade política existente.
As eleições legislativas antecipadas realizam-se a 20 de Fevereiro de 2005 e confirmam a vitória do PS por uma maioria qualificada e a respectiva condução de José Socrates para o cargo de Primeiro-Ministro.
Após a derrota do partido nas eleições legislativas, reuniu, em Abril, o XXVII Congresso do PSD onde Luís Filipe Menezes e Marques Mendes disputam a eleição para a presidência do Partido Social Democrata afirmando-se este último vencedor da contenda.
Assim, Marques Mendes é eleito presidente do PSD iniciando, desta forma, o árduo trabalho de líder do maior partido da oposição.
Durante o congresso, Marques Mendes assumiu a responsabilidade de redesenhar e readaptar os estatutos do partido, nomeadamente, na alteração do método de eleição do líder do partido.
Com essa intenção, convocou para o mês de Março de 2006, o XXVIII Congresso onde se discutem várias propostas de revisão estatutária – designadamente a proposta apresentada pela JSD - e, principalmente, a questão da eleição directa do líder.
Aliás, este assunto assume ao longo do congresso todo o protagonismo acabando por ser aprovado por uma maioria qualificada dos congressistas.
Assim, a 5 de Maio de 2006, Marques Mendes é novamente eleito presidente do partido através do voto de todos os militantes que, livremente puderam expressar a sua vontade na secção a que pertencem. Sem dúvida, estávamos na presença de uma viragem histórica na vida interna do PSD.
Em conformidade com os novos estatutos, foi convocado o XXIX Congresso, na Póvoa do Varzim, para que fosse votada a nova comissão política nacional e os restantes órgãos nacionais – Mesa do Congresso, Conselho Nacional e Conselho de Jurisdição.
Publicado por Bruno Pereira
Fonte site do PSD
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