quarta-feira, 17 de junho de 2009

Notícia extraída do Jornal de Matosinhos publicada em 12-06-2009



"Vitória do PSD abalou o PS"


"A taxa de abstenção nas Eleições Europeias atingiu o nível recorde de 63% com, 3.557.240 votantes, e 4,6% de votos em branco (164 mil), segundo indica uma estimativa divulgada pelo Parlamento Europeu.Nas anteriores Eleições Europeias, em 2004, a afluência dos eleitores europeus às urnas foi de 45,5 por cento.A abstenção recorde nas eleições que decorreram pela Europa entre quinta-feira e o passado domingo beneficiará, de acordo com analistas europeus, os Partidos mais pequenos e mais radicais com assento no Parlamento Europeu, uma vez que a abstenção é mais significativa entre os apoiantes dos Partidos maiores. Outra das leituras possíveis é que este acto constituiu para os socialistas um "cartão vermelho", visto que nos países em que são governo, como em Portugal, perderam, tendo o povo, em geral, premiado, nos diversos países europeus, os Partidos de Direita que se encontram na liderança da governação. A nível nacional, regista-se o que muitos comentadores e analistas vêem como um "cartão amarelo" mostrado ao Governo socialista de José Sócrates, uma vez que, contra muitas expectativas e sondagens pré-eleitorais, o PSD venceu neste acto eleitoral (31,6% e 8 eurodeputados), sendo o PS o grande perdedor (26,5% e 7 eurodeputados), sobretudo face aos resultados de 2004 (44,52% e 12 eurodeputados), tendo, agora, que reflectir e arrepiar caminho, se não quer que esse "cartão amarelo" passe a "vermelho" nas próximas duas eleições agendadas para daqui a alguns meses: as Autárquicas e as Legislativas. Não obstante, mesmo que José Sócrates, como muitos especialistas e entendidos aconselharam, mude de estratégia e até às Legislativas não tome medidas importantes, vai ser muito difícil em tão curto espaço de tempo recuperar no seio da população a cre-dibilidade que perdeu, tudo indicando que, desta vez, Manuela Ferreira Leite terá uma séria hipótese de se tornar a primeira-ministra de Portugal. Quer num ou noutro caso, ganhe novamente José Sócrates ou Manuela Ferreira Leite, as análises apontam para vitórias sem maioria absoluta, o que pode colocar em causa a governabilidade do país, sendo necessário os Partidos ganhadores recorrerem a coligações.Nota também para a grande subida do Bloco de Esquerda (10,7%, 2 eurodeputados e previsivelmente mais 1) que ultrapassou a coligação PCP/PEV (CDU), posicionando-se, agora, como terça força política. Não obstante, a CDU registou um aumento de mais de setenta mil votos, constituindo o melhor resultado dos últimos 15 anos (10,6% e 2 eurodeputados). Por sua vez, o CDS/PP parece começar aos poucos a recolher mais adeptos (10,6%), tendo, pela primeira vez, elegido dois deputados para o Parlamento Europeu.


Matosinhos não foi excepção


Quanto a Matosinhos, embora o PS mantenha a liderança dos votos, é certo que, face ao acto eleitoral anterior, ficou muito aquém
das expectativas, tendo perdido quase 15 por cento dos votos, naturalmente em benefício dos grandes vencedores destas europeias, o PSD e o BE, o que pode vir a traduzir-se, em termos de eleições Autárquicas, por uma perda do PS, ou, muito dificilmente, por uma vitória sem maioria absoluta, o que dificultaria muito a governação de Guilherme Pinto, podendo torná-la, até, inviável, visto que tudo indica que não encontraria apoio ou coligação com os restantes Partidos de Esquerda com assento na Câmara. Já o PSD, ou mesmo Narciso Miranda, se ganharem, mesmo que sem maioria absoluta, segundo auscultamos no terreno, rapidamente resolveriam o problema com uma coligação e diálogo com as restantes facções políticas.Conclusão: Quer Guilherme Pinto ganhe, ou não, tudo indica que a sua "brilhante" carreira política não terá grande futuro, e que será seriamente abalada por processos que se encontram em "stand by" à espera do momento certo para darem entrada na Casa da Justiça, uma delas, verdadeira bomba atómica - segundo julgamos saber."

Natália Pinto Soares

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