Luís Marques Mendes admite que "batemos um pouco no fundo" e por isso, para ganhar credibilidade, "a primeira coisa a fazer é cumprir o acordo assumido" com as instituições internacionais.
"Temos de ser diferentes da Grécia", sublinhou à conversa com o Económico. "Estou feliz com tudo o que li no Programa de Governo", referiu, defendendo que "o país precisa de ser muito mais liberal na economia".
"Não se pode ser ambicioso no domínio social sem se ser liberal na economia" já que só dessa forma se criam "condições para a economia ser geradora de riqueza", que depois vai ser distribuída, argumentou o antigo líder social-democrata.
Marques Mendes defende que o Estado deve sair o mais possível da actividade económica" porque como "não há dinheiro e os recursos são escassos," tem de se fazer escolhas. Os projectos que não geram competitividade "têm de ser atrasados" e o "TGV é um caso típico".
Mesmo com o país a cumprir as metas do acordo, Marques Mendes recorda que nem tudo pode correr bem já que temos uma "Europa sem estratégia, sem líderes e sem políticas". Defende por isso que é "absolutamente necessário" renegociar o QREN, antes de mais porque foi feito numa altura "completamente diferente", mas também porque os recursos financeiros devem ser "desviados do sector público, para o apoio ao sector privado".
Marques Mendes considera ainda que os recursos devem também ser "desviados das infra-estruturas, para os projectos de inovação, investigação e desenvolvimento".
O ex-líder do PSD prefere não comentar medidas concretas que Portugal terá de tomar para além do acordo com a missão internacional mas deixa um aviso: "parece haver uma derrapagem significativa no défice para este ano e isso é desastroso".
No final do ano o défice tem de ficar nos 5,9% e "por muito que custe, tem de se apertar ainda mais o cinto". Diz que não é tempo de apontar culpados, mas Marques Mendes sublinha: "claro que é culpa do antigo Governo, um bando de irresponsáveis que felizmente foram postos de lado". Agora é tempo de "tratar de cumprir o défice orçamental e não desses ajustes políticos", remata.
Fonte
http://economico.sapo.pt/noticias/batemos-um-pouco-no-fundo_121773.html
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